Doenças Pragas
Flavescência dourada

A Flavescência dourada é uma doença de quarentena com origem num parasita vegetal, MLO (Mycoplasma-like Organism), que prejudica o desenvolvimento da videira, e é transmitida a videiras sãs por intermédio do insecto vector Scaphoideus titanus.

É uma doença específica da vinha, teve origem na América do Norte e está presente em Portugal na Região dos Vinhos Verdes.

O Scaphoideus titanus é um insecto que desenvolve todo o seu ciclo de vida na videira e tem uma geração por ano. As larvas abrem os seus ovos, que foram depositados na casca das cepas de Agosto a Outubro do ano anterior, a partir de Maio. Na fase adulta é uma cigarrinha castanha ocre de forma aguçada e longa, maior do que as espécies mais comuns nas vinhas.

Quando o insecto se alimenta de uma videira infectada com a Flavescência dourada, fica logo contaminado, mas só um mês depois será capaz de infectar videiras sãs ao picá-las para se alimentar. O insecto fica infectado até morrer durante o Outono, mas a doença não é transmitida à próxima geração.

Os primeiros sinais de doença da videira serão visíveis no próximo ano ou até cinco anos depois. É possível recuperar algumas das videiras, no entanto a maioria acaba por morrer.

É possível confundir-se os sintomas com outras modificações da videira, por isso o diagnóstico deverá ser confirmado em laboratório especializado.

Folhas:
- Começam a enrolar sobre a página inferior e a sobrepor-se
- Cor amarela dourada nas castas brancas
- Cor avermelhada nas castas tintas
- Endurecimento.

Cachos:
- No fim do Verão, o pedúnculo seca, o que faz com que as uvas fiquem enrugadas e a polpa se torne fibrosa
- Diminuição da quantidade e da qualidade da produção.

Varas:
- Atraso na rebentação e definhar dos rebentos
- As varas não atempam (endurecem).

Luta cultural:
Remoção e queima das cepas afectadas
Arranque e queima das vinhas abandonadas
Queima da lenha da poda
Vigilância contínua para detectar a presença do insecto.

Luta biológica:
Só é permitida a utilização da Rotenona. No entanto, se a vinha já tiver a doença é obrigatório passar à luta química (o que implica a perda da Certificação de Produção Biológica).

Luta química:
- Beta–ciflutrina (t)
- Cipermetrina + clorpirifos (t)
- Clorpirifos
- Deltametrina (t)
- Fenepiroxamato (PI)
- Flufenoxurão (PI) (t) (a)
- Fosalona (t)
- Imidaclopride (PI)
- Indoxacarbe (t)
- Tau-fluvalinato
- Tiametoxame (PI)
- Acrinatrina (a)

(PI)- aconselhados em protecção integrada
a - têm acção acaricida
t - têm acção sobre a traça da uva

- Para consultar outros produtos fitofarmacêuticos homologados para a Scaphoideus titanus, visite www.dgadr.min-agricultura.pt.

A animação “Comportamentos de acasalamento e postura da traça da uva, Lobesia botrana, faz parte de uma colecção intitulada “Ciclo de Vida da Traça da Uva Lobesia botrana e modo de acção de auxiliares”.

Estes materiais multimédia foram desenvolvidos sob a coordenação científica da Professora Ana Aguiar, e produzidos pela Universidade do Porto para integrarem os materiais de apoio ao processo pedagógico de disciplinas de Protecção de Culturas.

Neste momento, esta e outras animações, integram um curso on-line de formação contínua da U.Porto intitulado “Protecção Integrada da Vinha U.Porto – curso on-line”.


 
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