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Grupo Sogrape compra quinta do Sairrão no Douro

Diário Económico | 06-10-2006 | Geral, Economia
Com 175 hectares de vinha, a sociedade da Quinta do Sairrão, onde se agregam seis propriedades, pertenceu a Próspero Vilaverde.
O grupo Sogrape acaba de reforçar a sua presença na região demarcada do Douro através da aquisição da Quinta do Sairrão - uma sociedade agrícola que agrega as propriedades do Sairrão, Calanca, Picoto, Fontes Secas, Vale da Silveira, Roche, Barroso e Sobreiral, num total de aproximadamente 300 hectares de terreno.
As propriedades vêm assim juntar-se às quintas do Porto, Boavista, Vau, Leda, Seixo e Caedo, que o grupo já possuía, a partir das quais são produzidas as marcas Sandeman, Ferreira e Offley nos vinhos do Porto e uma série de outras para os vinhos de mesa.
A Quinta do Sairrão, que nos seus 300 hectares possui cerca de 175 hectares de vinha em produção, foi uma aposta do empresário Próspero Vilaverde (ligado à empresa Costa Pina & Vilaverde), que a partir de 1999 decidiu construir de raiz uma empresa dedicada aos vinhos daquela região demarcada e a outros produtos regionais. O empresário faleceu dois anos mais tarde, numa altura em que a quinta já estava próxima de produzir cerca de 1.500 pipas de vinho de diversas castas, algumas delas não tradicionais na região.
Actualmente, a Quinta do Sairrão é responsável pelas marcas Quinta do Vale da Silveira, Quinta do Picoto e Quinta de Roche, todas elas dedicadas aos vinhos de mesa, e pela própria Quinta do Sairrão - que, para além do vinho de mesa, produz também vinho do Porto, aguardentes e azeite.
Os 175 hectares de vinha da Quinta do Sairrão vêm juntar-se aos cerca de 410 hectares que o grupo Sogrape - que não esteve disponível fornecer informações sobre a matéria - já possuía na região do Douro.
A estratégia do grupo, o maior do sector em Portugal, é a de concentrar a produção de vinho do Porto nas três marcas referidas, sendo que a Sandeman se destina aos mercados externos - tendo a Offley como suporte para os nichos de preços mais competitivos em termos de preços - e a Ferreira para o mercado doméstico. Nos vinhos de mesa, a Casa Ferreirinha é a marca mais importantes, mas recentemente o grupo dirigido por Salvador Guedes optou por desenvolver marcas que cruzam diversas regiões demarcadas. Assim, a marca Grão Vasco, até há pouco tempo dedicada exclusivamente ao Dão, apareceu no mercado como suporte para vinhos do Douro e do Alentejo. Calábriga e Pena de Pato são outras duas marcas multi-regiões.
O grupo é, segundo as contas feitas antes desta compra, o terceiro maior produtor de vinho do Porto do país, logo a seguir à Symington (Graham, Warre, Dow’s e Quinta do Vesúvio, entre outros) e aos franceses da Gran Cruz (Porto Cruz e Gran Cruz).
A Sogrape apresentou em 2005 um volume de negócios consolidado de 166,7 milhões de euros, um crescimento de 3% em relação ao ano anterior, e um EBITDA de 27,3 milhões (mais 1%).

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