Doenças Pragas
Traça da uva

Traça Uva
Coordenação Científica: Ana Aguiar
© Universidade do Porto 2003

As traças da uva são lagartas ou larvas de duas pequenas borboletas, a Cochylis (Clysia ambiguella) e a Eudemis (Lobesia botrana). A espécie Eudemis é a mais comum em Portugal.
A Eudemis hiberna sob a forma de crisálida dentro de um casulo sedoso tecido sob o ritidoma das cepas, nas folhas caídas no solo ou nas fendas dos tutores. Mais tarde, na Primavera, aparecem os primeiros adultos (no início do voo existem mais machos e no final predominam as fêmeas). Depois do acasalamento (uma actividade crepuscular) iniciam-se as posturas, normalmente realizadas sobre os botões florais. Uma fêmea pode realizar uma postura de 50 a 80 ovos durante seis dias, morrendo posteriormente. Dos ovos nascem lagartas que perfuram e roem superficialmente os bagos, provocando feridas que favorecem o desenvolvimento da podridão cinzenta.     
Os estragos causados pela traça da uva não são, na primeira geração, muito graves, a não ser que o ataque seja demasiado intenso e a destruição de botões florais elevada. Por outro lado, nas segunda e terceira gerações as lagartas provocam a diminuição da produção e favorecem o desenvolvimento de vários tipos de podridão, principalmente a podridão cinzenta, que pode ser causa de elevados prejuízos.

Botões florais:

- Ninhos ou glomérulos que resultam da união de botões florais que podem apresentar perfurações.
- Presença de lagartas no interior dos botões florais.

Bagos:

- Presença de ovos e/ou perfurações nos bagos.

Luta biológica:

- Utilização de Bacillus thuringiensis


Luta biotécnica:

- Utilização de produtos fitofarmacêuticos: ICI (inibidores de crescimento de insectos, impedem a formação de quitina constituinte do exoesqueleto do insecto e que não está presente nos mamíferos) e RCI (compostos miméticos das hormonas intervenientes nas mudas como a hormona juvenil e a hormona de muda ou ecdisona)

- Utilização da técnica da confusão sexual (distribuição de difusores de acetato de (E7,Z9)-dodec-7,9-dien-1-ilo, substância mimética da feromona produzida pela fêmea para atrair o macho


Substâncias activas:

- azadiractina (MPB)
Nome comercial
  Align
Tipo
  RCI – inibe ecdisona
Modo de accção
  Contacto, ingestão e fumigação
Actuação   Larvas, pupas, adultos
     
- fenoxicarbe
   
Nome comercial
  Insegar 25 W
Tipo
  RCI – mimético hormona juvenil
Modo de accção
  Ingestão e contacto
Actuação   Eclosão dos ovos e formação da pupa
     
- flufenoxurão
   
Nome comercial
  Cascade
Tipo
  ICI – inibidor síntese da quitina
Modo de accção
  Ingestão e contacto
Actuação   Larvas e ovos
     
- lufenurão
   
Nome comercial
  Match
Tipo
  ICI – inibe síntese da quitina
Modo de accção
  Ingestão e contacto
Actuação   Larvas e ovos
     
- tebufenozida
   
Nome comercial
  Mimic
Tipo
  RCI – mimético da ecdisona
Modo de accção
  Ingestão
Actuação   Larvas

Luta química:

- Substância activa fosalona (nome comercial Zolone) que actua por contacto e ingestão. A sua utilização só é recomendada quando a actuação dos Bacillus thuringiensis ou RCI já não produz efeitos.

- Para consultar outros produtos fitofarmacêuticos homologados para a traça da uva, visite www.dgadr.min-agricultura.pt.

 

 

A animação “Comportamentos de acasalamento e postura da traça da uva, Lobesia botrana, faz parte de uma colecção intitulada “Ciclo de Vida da Traça da Uva Lobesia botrana e modo de acção de auxiliares”.

Estes materiais multimédia foram desenvolvidos sob a coordenação científica da Professora Ana Aguiar, e produzidos pela Universidade do Porto para integrarem os materiais de apoio ao processo pedagógico de disciplinas de Protecção de Culturas.

Neste momento, esta e outras animações, integram um curso on-line de formação contínua da U.Porto intitulado “Protecção Integrada da Vinha U.Porto – curso on-line”.


 
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