O Moscatel de Setúbal é o vinho mais emblemático produzido na região. Este vinho generoso pode ser obtido a partir da casta Moscatel de Setúbal ou Moscatel Roxo originando, respectivamente o vinho Moscatel de Setúbal e o vinho Moscatel Roxo. O Moscatel Roxo tem uma produção relativamente limitada.

Na produção do generoso de Setúbal é obrigatório que a casta Moscatel constitua pelos menos 67% do total de castas utilizadas na elaboração do vinho. Este valor sobe para 85% na produção de Moscatel Roxo.

Normalmente a vindima do Moscatel de Setúbal é realizada quando as uvas atingem uma riqueza de açúcar correspondente a cerca de 12 a 13% de álcool potencial, de modo a beneficiar de todas as propriedades da casta. A casta Moscatel Roxo é vindimada quando as uvas atingem um grau de maturação de cerca de 13 a 14% de álcool potencial.

Na fase inicial da fermentação dos moscatéis, adiciona-se aguardente vínica, geralmente a 77% de volume de álcool, em quantidade correspondente para aumentar o grau alcoólico do vinho (normalmente para cerca de18% vol.). O grau final de açúcar no vinho varia entre os 90g e os 200g por litro. Posteriormente passa-se para a fase de maceração pelicular que tem uma duração variável, podendo atingir os seis meses. Nesta fase realiza-se a extracção dos componentes das películas, necessários para melhorar a cor, aroma, sabor e estrutura do vinho.

Os vinhos moscatéis têm sabor persistente e são especialmente perfumados. O Moscatel de Setúbal apresenta uma cor dourada que pode variar entre o topázio claro ao âmbar e nos seus aromas sobressaem notas de flor de laranjeira, mel, tâmaras e laranja. O Moscatel Roxo é de cor ligeiramente rosada e os seus aromas identificam-se com rosas e são muito mais ricos e complexos do que o Moscatel de Setúbal. 

A casta Fernão Pires entra na composição na maior parte dos vinhos brancos produzidos na Península de Setúbal. A casta Arinto, Rabo de Ovelha e outras castas internacionais são também utilizadas na produção de vinho branco. Estes vinhos são leves, aromáticos e de estrutura média. Alguns são fermentados em barris de madeira e apresentam aromas mais complexos e encorpados. 

A maior parte dos vinhos tintos da região são elaborados a partir da casta Castelão, aqui apelidada de Periquita. Apesar disso, há muitas outras castas plantadas na região, inclusivamente algumas castas mais famosas internacionalmente. Estes tintos apresentam uma cor muito carregada sem tonalidades arroxeadas e um aroma onde predominam notas de geleias e compotas de frutos do bosque vermelhos. Na boca o vinho é estruturado e de taninos são pouco agressivos. Estes vinhos têm uma grande longevidade e quando estagiados em madeira adquirem tons vermelhos viços e os seus aromas aumentam de complexidade (notas de baunilha, coco, café, tabaco ou chocolate).

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