Portugal vai ter a possibilidade de determinar as zonas do país em que os viticultores poderão aderir ao programa comunitário de arranque voluntário de vinha, de modo a impedir que as regiões com uma produção de maior qualidade sejam abandonadas.

A Casa do Douro, instituição que abrange cerca de quarenta mil viticultores na região duriense, ficou à margem do encontro mantido ontem, em Murça, entre o ministro da Agricultura, Jaime Silva, e as 23 adegas cooperativas vinícolas.

O fim das ajudas comunitárias à destilação poderá significar o encarecimento em cerca de 20% da aguardente destinada à produção do vinho do Porto e, por consequência, tornar o produto final mais caro. A ideia foi deixada ontem, em Murça, pelos dirigentes das 23 adegas durienses que se reuniram com o ministro Jaime Silva, no dia em que a Comissão Europeia aprovou uma proposta para reformar o sector do vinho.

A leitura do acórdão do caso «Douro Negro», que envolve a falsificação de vinho do Porto, foi hoje adiada para o próximo dia 13, devido à extensão do documento, com cerca de mil páginas.

A União das Adegas do Douro (Unidouro) pretende que a aguardente da região seja utilizada na produção de vinho do Porto por forma a "minimizar" os prejuízos provocados pelo fim dos apoios à destilação previstos por Bruxelas.