Vinhos de Lisboa chegam aos consumidores chineses e estão em contraciclo económico
Lusa/RTP | 25-10-2012

Os Vinhos de Lisboa estão a entrar nos mercados de quem não tinha estes hábitos de consumo, como os chineses, e estão em contraciclo económico, revelou hoje a Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa.

"Estamos a produzir mais vinhos certificados, porque o consumo tem aumentado nos mercados nacional e externo", disse Vasco Avillez, presidente da CVR, que promove na sexta-feira e no sábado, em Oeiras, o Simpósio Vitivinícola da Região de Lisboa.

À China, onde os consumidores não tinham o hábito de beber vinho, chegam em média por ano 400 mil garrafas de vinhos da região de Lisboa, correspondentes a quase 01% da produção e a um milhão de euros de ganhos financeiros.

A exportação para a China é assegurada por dois operadores, sendo o principal produtor a Quinta da Bichinha, em Alenquer, cuja produção é toda orientada para o mercado chinês. Em 2011, vendeu 220 mil garrafas.

"Tem sido uma boa experiência e, apesar das dificuldades em vender passado aquele entusiasmo inicial pelos vinhos, é um mercado com grande potencial", afirmou à agência Lusa José Tavares, da gerência.

Mercados exigentes como a Suécia e a Noruega, onde a CVR tem apostado na realização de ações promocionais, a par de Moçambique, Angola, Brasil e Estados Unidos da América, aumentaram o consumo dos Vinhos de Lisboa.

"Só uma marca aumentou em 500 mil garrafas as suas vendas em relação ao ano anterior", sublinhou Vasco Avillez. Em média, as exportações subiram 05 %.

Os indicadores levam a CVR de Lisboa a afirmar que os agentes económicos do setor da região de Lisboa têm conseguido enfrentar a crise com êxito.

Prova disso é que vários produtores têm vindo a apostar na certificação, transformando os vinhos de mesa em vinhos regionais com Denominação de Origem Controlada (DOC).

Os números da CVR de Lisboa espelham essa preocupação. Só este ano, aumentou em 08 % a produção de vinho, tendo em conta o acréscimo de selos vendidos destinados a certificar cada garrafa que sai para o mercado. Por ano, surgem 12 novos vinhos certificados.

A Estremadura, região da CVR de Lisboa e a segunda maior do país em hectares, produz por ano cem milhões de litros de vinho (20 milhões de garrafas), quase 20 % dos vinhos portugueses.

Metade da produção vai para exportação, rendendo 80 milhões de euros por ano. Angola é o principal mercado externo, absorvendo cerca de 40 por cento do volume das exportações, com 2,5 milhões de garrafas vendidas e sete milhões de euros faturados.
 
 
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