Vinho de mesa madeirense ainda no desconhecimento do público
Lusa | 07-04-2010

Os poucos anos de vida do vinho de mesa madeirense são a principal causa do desconhecimento do público relativamente ao produto, disse hoje o Secretário Regional do Ambiente, Manuel António Correia.

"Há poucos anos de vinho de mesa, em comparação com o vinho Madeira, ainda que o crescimento deste setor tem sido superior ao do vinho Madeira, com um crescimento de 20 a 30 por cento na produção, o equivalente a 200 mil quilos de uva", afirmou.

O responsável falava na sessão de abertura do workshop "O Vinho Madeira", que reúne durante dois dias diversos profissionais do canal Horeca (hotelaria e restauração) e pretende fomentar a interação e promover uma dinâmica para o setor do vinho da Madeira.

O setor vinícola madeirense representa 15 milhões de euros anuais e a ação é dirigida ao mercado regional que vale três por cento do ramo de negócio.

A perspetiva do executivo é crescer "cinco a dez por cento por ano, de uma forma sustentável, porque senão pode criar problemas a médio prazo", afirmou.

O enólogo residente da Adega de São Vivente, propriedade do Instituto do Vinho, do Bordado e Artesanato da Madeira (IBVAM), João Pedro Machado, considerou que o setor do vinho de mesa que a grande dificuldade de afirmação prende-se com o "desconhecimento do próprio vinho".

"A qualidade tem ainda que crescer e muito por onde andar" e um maior conhecimento do produto, "passa sobretudo pelo controle da qualidade e quantidade das uvas", reafirmando ainda a necessidade dos produtores considerarem que nunca poderão pensar que "com muitas uvas se pode produzir muito vinho".

A Madeira produz neste momento diversos vinhos de mesa. O rosé teve, neste ano, uma produção residual de 2500 litros. Da vindima de 2008 para 2009 houve uma inversão de papéis, tendo existido um aumento considerável de vinho tinto, em relação ao branco.

Para o néctar das uvas claras, o crescimento deveu-se á adoção da casta verdelho. Para os tintos, os produtores madeirenses usam a Touriga Nacional e a Tinta Roriz, mas tem "existido um aumento da casta Syrah e um decréscimo das castas Caubernet Sauvignon e um valor intermédio da casta Merlot", especificou.

Neste momento, nas pipas da adega de São Vicente, existem alguns vinhos em estágio com "potencial de evolução - pois o ano de 2009 não foi um bom ano de produção - e há pequenas surpresas na adega", referiu.
 
 
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